Estudo revela que 1 em 4 brasileiros é triste no trabalho

Uma pesquisa da Gallup mostra que 25% dos brasileiros se sentem tristes no trabalho, reflexo de fatores como liderança tóxica, carga excessiva e falta de reconhecimento. As repercussões incluem altos níveis de estresse, solidão e custos econômicos expressivos. Especialistas recomendam políticas de bem-estar, treinamentos emocionais e a adoção de iniciativas como o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental para melhorar o ambiente corporativo.
1 em 4 brasileiros é triste no trabalho

Um estudo da consultoria Gallup aponta que o Brasil ocupa a quarta posição na América Latina em termos de profissionais infelizes, com 25% dos entrevistados relatando tristeza. O país fica atrás da Bolívia (32%), El Salvador (26%) e Jamaica (26%), empatando com Equador e Peru. Além disso, 18% dos brasileiros afirmam sentir raiva diariamente, o que coloca o Brasil em quarto lugar, atrás da Bolívia, Jamaica e Peru. O levantamento, que envolveu 128 mil pessoas em mais de 160 países, também destaca que 46% dos brasileiros se sentem estressados diariamente, posicionando o país em sétimo lugar na região.

O impacto da liderança é significativo, com profissionais mal geridos apresentando 60% mais chances de vivenciar altos níveis de estresse. De acordo com o levantamento, a influência dos gestores sobre a saúde mental de seus funcionários é comparável à relação de cônjuges e parceiros. Fatores como carga excessiva de trabalho, falta de reconhecimento, assédio moral e incertezas organizacionais podem contribuir para um ambiente de trabalho tóxico. 

A solidão diária afeta 20% da população mundial, mas seu impacto é ainda mais acentuado no Brasil, onde as relações interpessoais são fundamentais para o bem-estar emocional. Segundo Simone Nascimento, especialista em saúde mental corporativa, a situação socioeconômica do país agrava a insegurança e o estresse.

As repercussões dos problemas de saúde mental vão além do indivíduo, e pode gerar um custo estimado em US$8,9 trilhões à economia global anualmente. Esse cenário resulta em esgotamento, alta rotatividade de funcionários e aumento do absenteísmo.

Para reverter esse quadro, Nascimento ressalta a importância de iniciativas empresariais focadas no bem-estar mental dos colaboradores, como a Lei 14831, que promove o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental. A implementação de uma cultura de bem-estar, políticas de trabalho flexíveis e treinamentos para gerenciamento emocional são ações recomendadas para melhorar a saúde mental no ambiente de trabalho e assim, reduzir os índices de infelicidade e estresse.

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