A saúde mental no trabalho tem se tornado um desafio significativo para empresas e equipes ao redor do mundo. No Brasil, a satisfação dos profissionais em relação ao trabalho está abaixo do nível considerado mínimo, conforme dados da Zenklub, plataforma de terapia online.
De acordo com uma pesquisa da Monster, quase 80% dos profissionais acreditam que seus empregadores não fazem o suficiente para tratar a saúde mental no ambiente de trabalho. Além disso, mais de 60% consideraram pedir demissão e 39% prefeririam ser demitidos a continuar em um ambiente tóxico.
A pesquisa identificou cinco fatores principais que afetam negativamente a saúde mental dos profissionais:
– 62% dos entrevistados apontam a cultura de trabalho tóxica como a principal causa;
– 53% culpam a má gestão por parte dos gerentes;
– Quase metade menciona o medo de demissão (21%) e preocupações com a economia (27%);
– 43% citam a falta de oportunidades de crescimento;
– 43% destacam o aumento da carga de trabalho.
Impacto financeiro do burnout
A atenção ao bem-estar dos funcionários tem crescido, mas muitas empresas ainda não implementam as ações que os profissionais esperam. Segundo a Gallup, o burnout dos funcionários gera um custo de cerca de US$ 3.400 (R$ 19 mil) para cada US$ 10.000 (R$ 56 mil) em salários, sem considerar a queda de produtividade.
Renée Zavislak, terapeuta, destaca a necessidade de ações preventivas: “As empresas geralmente esperam até que seja tarde demais para agir em relação ao burnout. Elas precisam começar a adotar soluções preventivas.”
Medidas de apoio
Uma das soluções sugeridas é incentivar ou exigir que os funcionários tirem férias, uma vez que muitos não reservam períodos de descanso por conta própria. No Duolingo, por exemplo, os escritórios fecham por duas semanas para que todos, inclusive gerentes e executivos, possam aproveitar as férias. “Quem está no topo precisa incentivar práticas saudáveis. Nenhum funcionário quer tirar mais folga do que seu chefe”, aponta um exemplo da empresa.
Além dessas ações, é importante que as empresas revisem a cultura corporativa e busquem mudanças positivas internas. Vicki Salemi, especialista em carreiras da Monster, comenta: “À medida que as empresas abordam questões internas que contribuem para os problemas de saúde mental dos seus colaboradores e se concentram em criar ambientes positivos, com recursos, sistemas e suporte, elas vão progredir em relação à saúde mental no trabalho. Elas se tornarão parte da solução, e não do problema.”